Outro dia estava refletindo sobre uma história que ouvi a tempos atrás. Agora, estudando crenças e comportamentos, percebo o quanto ficamos presos a idéias que não nos fazem progredir. Crenças que nos travam e não nos permitem avançar, crescer, progredir. A história fala sobre a fé, porém gostaria de propor uma interpretação um pouco diferente. Leia a história abaixo.
Contam que um alpinista, desesperado por conquistar uma altíssima montanha, iniciou sua escalada depois de anos de preparação. Como queira a glória só pra si, resolveu subir sem companheiros.
Durante a subida, foi ficando mais tarde e mais tarde e ele, para ganhar tempo, decidiu não acampar, sendo que continuou subindo… e, por fim, ficou escuro.
A noite era muito densa naquela ponto da montanha, e não se podia ver absolutamente nada. Tudo era trevas, visibilidade zero, a lua e as estrelas estavam encobertas pelas nuvens. Ao subir por um caminho estreito, a poucos metros do topo, escorregou e precipitou-se pelos ares, caindo a uma velocidade vertiginosa.
Naqueles breves segundos da sua queda, sua vida passava-lhe inteira à sua frente. Quando a morte já lhe era certa, de repente, um fortíssimo solavanco… causado pelo esticar da corda à qual estava amarrado e que, por sorte, prendera-se às rochas.
Nesse momento de solidão, suspenso no ar, não havia nada que pudesse fazer, senão pedir socorro aos céus:
– Meu Deus, ajude-me!
De repente, uma voz vinda dos céus lhe pergunta:
– Que queres que eu te faça?
– Salva-me, meu Deus! Respondeu o alpinista.
– Crês realmente que Eu posso salva-lo?
– Sim, Senhor, eu creio.
– Então, corta a corda!
Depois de um profundo momento de silêncio, o alpinista agarrou-se ainda mais à corda.
– Porque duvidas… não crês que eu posso salvá-lo? Insistiu a voz.
A equipe de resgate, no outro dia, encontrou o alpinista morto, congelado, com as mãos firmemente agarradas à corda… a apenas dois metros do chão.
Em seu gravador de voz ele deixou essa sua experiência registrada, e concluiu com as seguintes palavras: – E aquela voz me dizia pra cortar a corda, mas eu não consegui!
Como disse a história trata sobre a fé. Mas quando penso em crenças limitantes, penso nas cordas que amarram as pessoas e não deixam elas progredirem.
Nossas crenças limitantes são todas aquelas que nos travam na busca do nosso objetivo, do nosso eu maior. Nos impedem de sermos felizes, prósperos, saudáveis e completos.
Eu não consigo, eu não posso, eu não sou capaz, o que vão pensar de mim, o que vou fazer se não der certo. Todas essas crenças e outras mais estão nos amarrando.
O alpinista estava atrás do sonho, da glória. No meio do caminho, tanto seu sucesso quanto sua vida colocaram-se em perigo. Suas crenças estavam sendo testadas. Com a gente é assim, perceba que quando estamos buscando o que desejamos, aparece no meio do caminho dificuldades e obstáculos que nos testam. E principalmente testam nossas crenças.
Cortar a corda, além de uma questão de fé é uma questão de libertação, de sobrevivência. Enquanto estivermos presos a essas idéias limitantes não nos libertaremos. Achamos que é isso que nos mantém vivos, mas é isso que está nos matando lentamente. A morte lenta de nossos sonhos, de nossos potenciais, de nossos talentos está acontecendo enquanto não nos libertarmos.
E o que precisamos fazer para mudar nossas crenças e construir novas? Simplesmente ouvir nossa voz interior. O alpinista ouviu a voz interior mas não a seguiu. Pode chamar está voz interior de Deus, de anjo da guarda, de energia, de universo, não importa. O importante é ouvi-lá e segui-lá. E ela está dizendo agora para você:
– CORTE A PORRA DA CORDA.
Ângelo Anunziato